Trânsito afeta Itaim Bibi mesmo nas férias

Fora do horário de pico, o manobrista Edmilson Soares de Sousa, 48, gasta 20 minutos de sua casa até o trabalho no bairro do Itaim Bibi, Zona Sul de SP. Nos horários mais movimentados, no entanto,  o tempo no mesmo percurso pode  triplicar, chegando a uma hora. “Eu procuro sair bem cedo, às 5h30, para pelo menos de manhã não ficar parado”, diz. Mesmo no período de férias escolares, trafegar pelas avenidas Nove de Julho, Cidade Jardim e Brigadeiro Faria Lima pode ser estressante.

Para o taxista Eduardo Carlini, 34, não é apenas o excesso de veículos que atrapalha, mas a falta de organização. “Há mais de um ano fecharam uma saída que dava acesso à Castello Branco e à Ceagesp no túnel que começa no finalzinho da Nove de Julho para fazer uma parada especial de fretados. Agora, nós somos  obrigados a seguir pela  Cidade Jardim”, diz o taxista que também reclama do volume de ônibus biarticulados que usam a Avenida Cidade Jardim como parte do itinerário. “A avenida é bem estreita e esses ônibus são muito grandes. Quando tentamos entrar, somos fechados. Deveriam mudar de rota ou trocar por ônibus menores.”

Carlini afirma que o tempo de espera no trânsito se reflete no bolso, já que os taxistas ganham por quilômetro rodado. “Nós desperdiçamos muito combustível e isso não volta em dinheiro. Além da gasolina, tem a parte mecânica do veículo. Quantas vezes não vi carros quebrados porque superaqueceram.”

Segundo o funcionário público Claudio Aparecido dos Santos, 37, na Nove de Julho a falta de sincronia entre os semáforos é um dos agravantes. “Quando um abre, o outro fecha e perdemos muito tempo parados nos faróis”, diz.

Ainda na Nove de Julho, outro fator que colabora com o congestionamento observado pelo DIÁRIO é a posição das faixas preferenciais e pontos de ônibus que terminam na altura da São Gabriel. Os coletivos são obrigados a mudar de faixa,   da esquerda para a direita, para embarcar os passageiros, obrigando os demais veículos pararem por causa da conversão, provocando mais trânsito.

Em nota, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que a atual programação dos semáforos ao longo de toda a Avenida Nove de Julho atende aos critérios técnicos que garantem a uniformidade e sincronia da sinalização existente, considerando  fatores de segurança, fluidez e prioridade do transporte coletivo (ônibus).  Essa programação, tanto do eixo principal como das transversais, se ajusta pela demanda de veículos medida nos laços detectores inseridos no pavimento, diz o texto. Segundo a CET, o aumento no tempo de abertura dos semáforos pode provocar aumento das filas, gerando congestionamentos não só na Avenida Nove de Julho, como nas vias do seu entorno.

A SPTrans disse também em nota que o modelo de ônibus biarticulado  coletivo é importante para transportar os passageiros das regiões mais populosas. “Um veículo biarticulado transporta o equivalente ao número de passageiros de três ônibus comuns, o que aumentaria o trânsito na região.”

Fonte: Diário de S. Paulo

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