O morador do Itaim Bibi, Hélcias Pádua, relata a demolição dos imóveis antes instalados na rua Osvaldo Imperatrice e questiona a posição da prefeitura de São Paulo. O espaço foi transformado em um grande terreno para abrigar um futuro empreendimento imobiliário.
A travessa denominada de Rua Oswaldo Imperatrice, CEP 04542-120, desapareceu com os seus 589 metros quadrados. Homens, picaretas, marretas e retroescavadeiras arrasaram o que restava no local, formando um espantoso terreno.
Isso mesmo. Era aquela rua sem saída, quase na esquina da Avenida Brig. Faria Lima com a Rua Leopoldo Couto de Magalhães Jr., aonde funcionou, por muitos anos, um comércio de lanches, sucos e frutas, pintado de amarelo, ocupando uma adaptada extensão de antiga casa, parte das que foram desapropriadas na década de 90, quando do alargamento e extensão da avenida.
Tudo sumiu, juntando-se a um invejado espaço (acima de 20 mil reais o metro quadrado) aonde brevemente será construído um colossal edifício. Mais um dentre aqueles teodolitos de concreto armado, refletidos nos vidros das fachadas dos seus majestosos vizinhos, formando um atípico e estafante microclima, com elevadas temperaturas na considerada “rica e charmosa avenida”, contudo se exibindo supersaturada através dos constantes engarrafamentos ou congestionamentos nos seus dois sentidos.
Será que prontamente o PL477/12, tramitou pela Câmara Municipal propondo a desincorporação da classe dos bens de uso comum do povo, autorizando a alienação, mediante licitação do espaço ocupado pela Rua Oswaldo Imperatrice? Será que o PL foi transformado em lei?
Em 29 de novembro de 2012, o jornal o Estado de São Paulo, apontou esse derradeiro desejo do então prefeito de São Paulo, negado pelo próprio no dia seguinte.
O projeto de lei é parte de um bloco de PLs que o ex-prefeito Kassab apresentou à Câmara Municipal de São Paulo, publicado no Diário Oficial do município, em 28 de novembro de 2012, portanto no apagar do seu mandato.
Ou será que mais uma vez testemunhamos a imperiosa atitude do poder econômico, desrespeitando, burlando ou mesmo passando por cima dos tramites legais? Segundo O Estado de São Paulo, 29/11/12, “a Birmann Empreendimentos comprou os terrenos, gerenciada por um grupo de investidores, a Faria Lima Traine Properties”.
No mesmo pacotão de PLs, o ex-alcaide através do PL 371/12 solicita a Revogação de Lei 9227, de 30/08/81, que aprovava o prolongamento de Rua Lício Nogueira, CEP: 04543-060 até a Rua Leopoldo Couto de Magalhães Jr., outro logradouro precocemente incorporado à extensa e valiosíssima área frontal da Av. Brig. Faria Lima, terreno paulatinamente adquirido pela empreendedora, o qual se prolonga percorrendo a Leopoldo Couto de Magalhães Jr., até próximo à frente do final da Rua Lopes Neto, já cercado com tapumes de metal, pintados de verde.
Helcias Pádua