O shopping JK Iguatemi afirma esperar um fluxo de 1.013 veículos entrando e saindo do empreendimento no horário de pico de trânsito na cidade e pouco impacto nas vias vizinhas. Na pista local da Marginal Pinheiros, o aumento do trânsito seria de apenas 2% entre as 18h e as 19h em uma tarde típica de sexta-feira, pior dia de cogestionamentos.
Os dados fazem parte de um estudo desenvolvido pelo grupo Iguatemi e que contrasta com os cálculos de impacto feitos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Conforme o G1 apontou, o órgão da prefeitura espera que 3.256 entrem e saiam do empreendimento entre as 18h e as 19h, fluxo que traria maior impacto às ruas do entorno e que é pouco mais que o triplo do calculado pelo shopping.
O JK Iguatemi, que foi impedido de abrir pela Justiça por não ter realizado obras determinadas pela Secretaria dos Transportes para minimizar o impacto no trânsito, afirma que o impacto será pequeno. Alega, entre outras coisas, que 40% do público dos shoppings está concentrado nos finais de semana, quando o trânsito é menor.
O estudo do Iguatemi descreve fórmulas de engenharia de tráfego usadas e as conclusões alcançadas. O fluxo vai se espalhar pelos três acessos do empreendimento. Na Marginal Pinheiros, por exemplo, serão 152 veículos, um aumento de apenas 2% do fluxo da pista, cuja capacidade é de 8.000 veículos por hora, segundo cálculos do shopping. O acesso mais concorrido será a da Avenida Chedid Jafet, por onde passarão 557 veículos entrando e saindo– o que corresponde a 15% da capacidade oferecida pela via. Na Avenida Juscelino Kubitschek, o aumento calculado no trânsito é de 8,4% (304 veículos por hora).
Para fazer estes cálculos, o shopping considerou que nas avenidas Chedid Jafet e Juscelino Kubitscheck passam até 1.200 veículos por faixa a cada hora. Para o especialista em tráfego, Horácio Figueira, a capacidade de faixas de vias com semáforo é menor do que a considerada pelo shopping e fica em torno de 800 veículos por faixa por hora.
Os técnicos do JK Iguatemi não fizeram uma análise sobre por que os números da CET são diferentes dos apresentados pelo shopping. O grupo Iguatemi tenta obter da prefeitura um documento que poderá liberar a abertura do shopping mesmo antes da conclusão das obras. A empresa fez um depósito bancário de R$ 84 milhões como garantia da realização das obras viárias determinadas pela prefeitura.
Estudo
O shopping se enquadra na lei de polos geradores de tráfego, que prevê que empreendimentos com capacidade de atrair grande número de veículos devem fazer obras para reduzir esse impacto. Para isso, a prefeitura estudou qual será o fluxo de veículos no empreendimento e criou uma lista de obras. Entre elas está a construção de um viaduto ligando a Avenida Juscelino Kubitscheck à pista central da Marginal Pinheiros.
Nesse estudo, a prefeitura estimou ainda que todo o empreendimento WTorre JK, quando concluído, vai movimentar 5.002 veículos no horário de pico, das 18h às 19h, número significativo levando em conta a capacidade das vias do entorno. O complexo terá o shopping, três novos edifícios de escritórios e o atual edifício do banco Santander.
O JK Iguatemi cita o outro empreendimento do grupo, o Iguatemi São Paulo, na Avenida Faria Lima, para dar uma ideia do impacto do JK Iguatemi. Em um dia típico de junho, em 2011, a movimentação de 915 veículos entre as 18h e as 19h, segudo o grupo. O JK terá área locável para lojas semelhante ao Iguatemi da Avenida Faria Lima.
Fonte: G1